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Sucessão familiar: conheça exemplos que deram certo no meio rural

A sucessão familiar sempre foi um assunto muito sutil na família de Roberta Meneghel, assim como um desejo adormecido e cultivado entre os irmãos Fabiana e Rafael Zorzato. Entretanto, a pandemia da covid-19 trouxe o tema à tona entre muitas famílias, que se viram preocupadas em quem tocaria os negócios familiares e algo de ruim acontecesse nesse período. Por isso, um bate-papo para convidados, com a participação dos três, foi realizado nesta quinta-feira (13), no lounge dos sócios na Sociedade Rural do Paraná (SRP), dentro da ExpoLondrina.

Antes, porém, de Roberta, Fabiana e Rafael contarem suas experiências familiares, convidados debateram o assunto. Entre eles, a economista Renata Castro e a administradora Maya Riacchi, ambas do banco BTG Pactual, o advogado Wesley Tomaszewski, da PUC-PR campus Londrina, e o economista Carlos Magno Andrioli Bittencourt, do ISAE/FGV.

Preparação para a sucessão

Roberta conta que se formou em 2005, mas, desde antes de entrar na faculdade a família já pensava na sucessão. “Fui, a vida toda, orientada que eu poderia sempre escolher meu curso, mas, meu pai escolheria a faculdade”, diz. Entre as opções estavam Insper, FGV e USP. Ela passou primeiramente em Administração no Insper e, quando saiu o resultado da FGV, escolheu ficar no Insper. “Meu pai já pensava, em algum momento da vida e da maneira dele, em sucessão.”

Formada com honras acadêmicas, Roberta foi chamada para uma conversa com o pai logo depois de se formar. “Meu pai me chamou para uma conversa, se eu estava interessada em trabalhar com ele. Lá combinamos algumas regras, cumpridas até agosto de 2022 quando assumi a presidência do grupo [Grupo SL Alimentos]”, lembra. A família é originária do setor agropecuário no Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. O bisavô dela fundou uma usina de açúcar e álcool e o pai, uma indústria de cereais de inverno, hoje a maior de aveia da América Latina. “Foi lá que comecei minha carreira em 2006.”

O trainee de Roberta na empresa da família durou dois anos e meio. Ela passou por todos os setores e, depois, assumiu a gerência financeira. Coincidentemente, a então gerente do setor havia pedido para sair, por motivos particulares. “Depois, fiz toda uma carreira para assumir a diretoria administrativo-financeira em 2015, acumulando as atividades de planejamento, controladoria e área estratégica.”

Do MBA em agro na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (ESALQ/USP) ao Owner Presidente Management (OPM) de Harvard, Roberta nunca deixou de se especializar. “Basicamente, o que fizemos para o programa de sucessão dar certo foi minha preparação, além da preparação da família para entender o que é a profissionalização, o que é implementar um programa de governança. Meu pai me proporcionou a melhor educação possível. E eu me dediquei ao máximo”, conta. Inclusive em atividades como na SRP, além dos cursos de alta gestão e performance. “Sempre temos um respeito mútuo e tanto ele quanto eu separamos o que é o ambiente profissional e o que é o pessoal.”

Sonho de criança

Fabiana e Rafael sempre tiveram contato com o meio rural. A propriedade da família foi adquirida pelo avô e depois passou para a mãe. “Naquela época, a lavoura de café tomava conta das áreas agrícolas da nossa região. Desde pequena, eu ia para a fazenda, sempre gostei da natureza, dos animais, do campo. E antes de fazer faculdade, sempre quis ser veterinária. Mas, minha mãe aconselhava outra profissão, para que não dependêssemos só da propriedade”, conta Fabiana.

Então, ela resolveu fazer Direito, começou a advogar e, quando veio a pandemia, escolheu fazer o home-office na fazenda. “Foi quando manifestei o interesse em fazer parte do trabalho, queria estar lá dia a dia. Desde então, nós três trabalhamos na propriedade. Eu cuido da agricultura, o Rafael da pecuária e minha mãe na supervisão. No geral, as tomadas de decisão são em conjunto”, revela.

Por sua vez, Rafael, formado em Engenharia de Produção e com pós-graduação em Gestão Hoteleira, atua na fazenda há 13 anos. “Minha mãe chamou para ajudar a gerir a propriedade. Naquele momento, arrendamos a lavoura e me dediquei à pecuária, melhorando a infraestrutura, a gestão a genética. Sempre fiquei de olho na parte agrícola, que estava arrendada e, com o interesse da Fabiana, pegamos a área de volta e há três anos dividimos as responsabilidades.”

De acordo com ele, o resultado tem sido muito positivo, apesar das diferenças de pensamentos, principalmente, por conta do conflito entre gerações. “A sucessão familiar tem que ser muito mais falada na maneira da preparação para as próximas gerações gerirem os negócios familiares”, observa ele. Um modelo de negócio que Fabiana considera muito importante. “É muito importante eu e meu irmão estarmos à frente da propriedade rural, com o apoio da nossa mãe, pois, isso nos permite dar continuidade e conservar o trabalho feito com muito esforço e dedicação. O crescimento e o aperfeiçoamento são contínuos”, ressalta ela.

A palavra fundamental é união. “Eu sempre gostei de propriedade e poder trabalhar com isso me deixa muito feliz e realizada. Como também favoreceu a nossa união, principalmente, minha e do meu irmão, que estamos juntos quase todos os dias”, conta Fabiana. O que Rafael concorda. “A grande importância é a união, mas, o grande cerne é saber lidar com as questões familiares e profissionais”, completa Rafael.

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Fonte: Expo Londrina
Por: Reda��o
Data: 15/04/2023 23h20min

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