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REESTRUTURAÇÃO NA AGRICULTURA: Com possível fusão, curso de mestrado do Iapar também pode ser extinto

Deoclécio Domingos Garbuglio, pesquisador do Iapar e coordenador do mestrado do instituto até 31 de dezembro: "Mudanças bruscas sem o real debate poderão impactar negativamente toda a sociedade"


A fusão em uma única empresa dos serviços prestados pelo Iapar (Instituto Agronômico do Paraná), Emater (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Codapar (Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná) e CPRA (Centro Paranaense de Referência em Agroecologia), conforme interesse do novo governo estadual, ameaça gerar mais um prejuízo para a instituição de pesquisa sediada em Londrina

O temor é que o curso de mestrado em Agricultura Conservacionista, criado há cinco anos no Iapar, possa ser fechado, o que traria diversos prejuízos acadêmicos e também relacionados às pesquisas da instituição. De 2015 (quando aconteceram as primeiras defesas) até ano passado, foram 44 mestres formados, mais 31 em finalização atualmente e perspectiva de outros 21 no processo seletivo de 2019. 

Segundo o pesquisador do Iapar, Deoclécio Domingos Garbuglio, que até o dia 31 de dezembro respondia como coordenador do mestrado, o rearranjo organizacional que pode passar a vir de Curitiba, associado às alterações de CNPJ com a possível nova empresa criada podem influenciar na continuidade do curso. "Possíveis alterações de CNPJ podem significar para a Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), órgão que autoriza e regula os cursos de pós-graduação no País, o entendimento de que o funcionamento do mestrado estaria ligado a uma instituição que deixou de existir, não sendo possível a manutenção da autorização de funcionamento", explica ele. 

Garbuglio ressalta os benefícios que o mestrado trouxe para o Iapar ao longo dos últimos cinco anos. Por exemplo, antes recursos eram despendidos pelo Tesouro Estadual para que os pesquisadores e analistas pudessem acessar artigos pagos em periódicos internacionais. Isso acabou não sendo mais necessário, já que a Capes, através de orçamento federal, autoriza acessos a essas publicações por instituições que possuam cursos Stricto sensu, caso atual do Iapar. "Além disso, como a produção científica é outro fator a ser considerado na avaliação dos projetos pela Capes, os pesquisadores atuantes no curso de mestrado passaram a ser cobrados não somente pelo Iapar, mas também externamente de forma indireta pela Capes, assim como ocorre nas universidades e demais institutos de pesquisa estaduais e federais como IAC, ITA, Inpe, Impa, Inpa. Cabe ressaltar que todos esses institutos citados possuem cursos de mestrado e doutorado e os trabalhos desenvolvidos nesses cursos, criados em sua maioria há mais de 15 anos, passaram a impactar direta e positivamente nas instituições." 

Atualmente são mais de 30 projetos de dissertação em andamento, extraídos da carteira de projetos vigentes no Iapar, ou seja, não houve qualquer aumento de despesas. "Parcerias também foram fortalecidas com diferentes universidades, como UEL, Unicentro, UEM, UEPG, Unioeste, além da criação de novas frentes com universidades de outros Estados, incluindo federais e até mesmo internacionais em países como Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, assim como outros centros de pesquisa", elenca o pesquisador. 

Por fim, Garbuglio ressalta que fusões desse tipo propostas pelo governo estadual que ocorreram em outras instituições culminaram, no curto espaço de tempo, na extinção delas e até em dificuldades maiores pré-fusão. "Não se trata de um processo simplório unir instituições com diferentes visões e atuações junto do agronegócio, mas ajustes e rearranjos são, de fato, necessários na máquina pública. Mudanças bruscas sem o real debate e que venham significar a descontinuidade de novas ações do Iapar e do fomento à pesquisa pública envolvendo atividades através do seu curso de mestrado poderão impactar negativamente, no médio prazo, não somente a sociedade que atua no meio rural, mas também a sociedade urbana altamente dependente do setor rural paranaense e brasileiro", finaliza. 

OUTRO LADO 

O novo secretário do Estado de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, afirmou que entende que todas as atividades exercidas pelo Iapar devem continuar. "Vamos, sim, manter o curso de mestrado em Agricultura Conservacionista, que o Iapar criou mesmo sem muito suporte financeiro. Não existirá prejuízo, como andaram dizendo a respeito."

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Fonte: Folha de Londrina
Por: Redação
Data: 05/01/2019 18h36min

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